TEXTO I
“Nos últimos anos, milhões de pessoas da região Sudeste do Brasil foram castigadas pela seca que já assombra o Nordeste há tempos. Foi a pior crise hídrica nos últimos tempos. O estado de São Paulo foi um dos mais afetados e viu o índice dos seus reservatórios despencarem de forma assustadora.
Desde 2013 o volume das chuvas começou a cair na região, culminando em uma longa estiagem cujos efeitos no abastecimento de água foram sentidos no ano seguinte em diversas cidades paulistanas. Outros fatores também contribuíram para a seca. A Sabesp, concessionária responsável pelo abastecimento do Estado de São Paulo, estima que pelo menos 30% da água se perca no caminho por causa de vazamentos na distribuição e ligações clandestinas – os famosos ‘gatos’. Na região metropolitana de Belo Horizonte, esse número chega a 40%, segundo a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
Outros estados também foram afetados pela crise hídrica. O Rio de Janeiro precisou utilizar o volume morto da represa Paraibuna, após o nível do reservatório chegar a zero pela primeira vez desde que foi criado, em 1978. O Sistema Paraopeba, que abastece a região metropolitana de Belo Horizonte, chegou a operar com 30% de capacidade, sendo que no ano anterior esse índice era de 78%. Enquanto isso, o Espírito Santo teve um prejuízo de R$ 1,390 bilhão para o setor agropecuário, segundo estimativa da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo. Em 2016, mais uma vez a estiagem fez cair drasticamente o nível de diversos mananciais do Estado”.
Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/o-que-a-crise-hidrica-ensinou-ao-sudeste – Acesso em 07.07.2021.
TEXTO II
“Ao longo de 2021, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, três Estados que compõem a chamada ‘caixa d’água’, receberam baixíssimos volumes de chuva. ‘Com isso, não foi possível ter uma reposição do nível dos reservatórios e, agora, o problema é que entramos no período seco. Assim, ficaremos na dependência das térmicas e eventuais chuvas na região Sul’, afirma Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia.
Nessa época do ano, o normal é ter chuvas mais fortes entre Itaipu (PR) e o Rio Grande do Sul. Até maio, as chuvas foram muito fracas e isso preocupa o setor elétrico. ‘A questão é o segundo semestre. Se o Sul continuar a receber poucas chuvas, significa que ele vai demandar energia, e não tem de onde tirar. Você vai ter que usar mais reservatórios do Sudeste, que já estão baixos para suprir o Sul’, acrescenta Oliveira.
Luiz Renato Lazinski, meteorologista que mora em Curitiba (PR), ressalta outro obstáculo causado pelo desabastecimento das usinas. ‘A questão do abastecimento de águas para as cidades é um ponto crítico. Aqui em Curitiba estamos em racionamento de água há mais de seis meses. São 36 horas com água e 36 sem’, destaca.
Em razão dos baixos níveis dos reservatórios e perspectivas de chuvas irregulares e abaixo da média, será necessário a utilização de termelétricas para compensar o fornecimento de energia, e isso eleva o preço, com efeitos no valor da água e nos alimentos.
‘A gente espera que não, mas muito provavelmente os preços dos alimentos também devem aumentar, porque os produtores vão pagar mais caro na água para irrigação’, alerta o meteorologista do Inmet”.
Fonte https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Economia/noticia/2021/06/chuvas-serao-insuficientes-para-reverter-crise-hidrica-em-2021-alertam-meteorologistas.html – Acesso em 07.07.2021.
TEXTO III
Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais / junho 2020
Fonte: https://www2.cemaden.gov.br/monitoramento-de-secas-e-impactos-no-brasil-junho2 – Acesso em 07.07.2021.
A partir da leitura dos textos motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão, a respeito do tema: Os efeitos da expansão da seca no Brasil: do Nordeste ao restante do país. Selecione e organize fatos e argumentos relacionados a distintas áreas do conhecimento que contribuam para a defesa de um ponto de vista. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
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MariaLuiza1313
No documentário Ser tão velho Cerrado, retrata a importância da vegetação com suas árvores distorcidas que possuem raízes que chegam nos lençóis freáticos e contribuem para infiltração da água. Entretanto, a desinformação educacional e insuficiência legislativa sobre o assunto, proporcionam o desmatamento dos biomas que contribuem significativamente para a expansão da seca no Brasil, afetando não só a natureza como todos os seres vivos.
Primeiramente, é importante ressaltar a insuficiência legislativa nesse cenário que não se manifesta de forma regular para que haja efeitos positivos. Nessa perspectiva, Hannah Arendt relata “ Quando uma atitude agressiva ocorre constantemente as pessoas param de vê-la como errada”. Sendo assim, a falta de uma fiscalização adequada nas áreas de preservação, gera diversas negligências ambientais em rios e hidrelétricas, formando uma crise hídrica que impacta a economia do Brasil, por depender de sua agricultura de exportação e importação nas demais regiões.
Ademais, é imprescindível destacar que a lacuna educacional tem uma colaboração significativa nessa conjuntura. Sob esse viés, Sócrates ressalta ” Os erros são consequências da ignorância humana”. Logo, a deterioração do ensino contribui para falta de informação necessária sobre a importância da preservação das matas ciliares para não provocar a escassez de rios e desperdício de água, gerando inúmeras doenças para a população e carência de alimentos.
Portanto, medidas devem ser tomadas para combater a expansão da seca no Brasil. Dessa forma, cabe ao Ministério do Meio Ambiente, inserir uma fiscalização regular em áreas de preservação e usinas hidrelétricas, para que não haja poluição dos rios, fortalecendo a fauna acompanhante, e desperdício de água. Por conseguinte, a economia e saúde populacional não entrará em declínio e a água continuará abundante .