Caminhos para o combate à intolerância religiosa no Brasil

No filme “O Menino do pijama listrado”, de 2008, é retratada a amizade do Bruno com o Shmuel, um menino judeu e pertencente a um campo de concentração; apesar do sistema nazista, marcado pela intolerância ao povo judeu, os meninos eram melhores amigos e agiam como se não houvessem diferença entre eles. Na sociedade brasileira atual, infelizmente esse respeito não é visto continuamente, de modo que episódios de intolerância ao diferente, especialmente no quesito religioso, ainda é presente no meio das pessoas. Sabendo disso, urge a tomada de medidas para que a intolerância religiosa seja combatida no Brasil.

De início, é importante destacar que a intolerância às religiões está diretamente ligada com o nosso passado histórico. O processo de colonização do Brasil esteve associado com a imposição religiosa dos europeus para com os nativos, e esse cenário de subordinação forçada das religiões perdurou por toda a história do Brasil, sendo evidenciado, por exemplo, pela Revolta dos Malês no Período Regencial, na qual lutavam por liberdade religiosa. Assim, devido a essa construção europeia religiosa, os indivíduos brasileiros foram formados imersos num cenário intolerante aos diferentes.

Em continuação, mesmo depois de aproximados 5 séculos depois da Colonização, episódios de mesma raíz impositora religiosa ainda são vistos no Brasil. Segundo a Secretaria de Direitos Humanos, os dados de discriminações religiosas coletados equivalem a cerca de 1 denúncia a cada três dias. Desse modo, a ciência e visualização dos fatos deixam clara a necessidade da reversão do quadro de indivíduos intolerantes no Brasil.

Portanto, para que a intolerância religiosa, intríseca historicamente no Brasil, seja combatida, é necessária a ação das escolas (de todas as faixas etárias) e das redes midiáticas na criação de palestras e campanhas publicitárias que exponham, através de fatos atuais e argumentos embasados em estudos, a urgência da mudança de mente para o respeito à religião do próximo. Dessa forma, poderemos gerar crianças e adultos como o Bruno, que convivem harmonica e respeitosamente com a diversidade religiosa.