O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O PRECONCEITO CONTRA NEGROS NO BRASIL (Modelo UNESP/FUVEST)

A chibata do supermercado

  No Brasil Colonial, negros eram trazidos em condições precárias de seus países de origem, escravizados e punidos com chibatadas. E mesmo com o fim da escravidão, promulgada através da Lei Áurea em 1888, casos de agressões e ofensas por motivos étnicos insistem em permanecer na sociedade. Sendo assim, o racismo está presente na comunidade e devemos entendê-lo como motivo para luta, ao contrário de alguns que perduram alegar como vitimismo.

A priori, precisamos aceitar que o conceito de dívida histórica é real. Mesmo que a emancipação dos escravizados, mediante a Lei da Alforria, e a abolição da escravatura tenha defendido a “liberdade” proposta por nossa Constituição, ela não supriu o imaginário de igualdade, pois os negros foram esquecidos sem apoio estatal desde então: sem educação, trabalho ou oportunidades, sendo seu único meio permanecer à margem da sociedade.

Acerca dessa situação, podemos exemplificar a persistência dessa discriminação por meio do atual caso de violência racial ocorrido na rede de supermercados Carrefour, em que um segurança espancou um homem negro até a morte — caso repercutido em forma de protesto com o movimento “Vidas negras importam”. Com isso, podemos refletir que nos encontramos imutáveis em questão de igualdade e liberdade racial, ao contrário do que nossos representantes políticos insistem em defender.

Portanto, o Brasil se mantém com o mesmo caráter opressivo da época colonial. Vemos alguns considerarem vitimismo pois não são suas costas que estão sendo açoitadas, suas mãos que estão amarradas, ou seus corpos sendo violados em público. Infelizmente, o individualismo nos faz desprezar as demais dores, como se o fato de não a presenciarmos extinguisse a possibilidade dela ser real para o outro.