TEMA: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

Na célebre obra “O Alienista”, do escritor Machado de Assis, o protagonista Simão Bacamarte estigmatiza a população de sua cidade, se julgando a única pessoa “normal”. Fora do conto, o estigma está muito associado às doenças mentais, um problema que vem se agravando no Brasil. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro. 

   Em primeiro lugar, é importante destacar a falta de debate sobre o tema. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2017, mais de 11 milhões de brasileiros tinham depressão. Embora as doenças mentais, como a depressão, abranjam uma grande parcela da população Brasileira, o tema é pouco discutido, o que favorece o estigma entorno delas. Logo, para inverter esse cenário é essencial o debate amplo sobre o assunto. 

   Além disso, cabe ressaltar que a falta de representatividade por parte de portadores de transtornos mentais é um obstáculo para a resolução do problema. Segundo a poeta Rupi Kaur “A representatividade é vital”. Nesse contexto, é importante uma representação mais ampla de pessoas com doenças mentais pela mídia, com a finalidade de quebrar o estigma associado a elas. 

   Portanto, uma intervenção se faz necessária. Para isso, o Ministério da Saúde, em parceria com a mídia, deve criar campanhas publicitarias com psicólogos e portadores de transtornos mentais, com a finalidade de quebrar o estigma em relação a essas doenças, por meio do debate do tema e da representação mais ampla dessa parcela da população. Dessa maneira, possivelmente, as pessoas com doenças mentais serão respeitadas.