“Cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra”. Com essa frase, o filósofo Montaigne ilustra o processo de Colonização, o qual suprimiu a identidade dos povos dominados, apagando sua cultura à medida que os valores eurocêntricos compuseram nova constituição da sociedade moderna. Nessa perspectiva, a visão ocidental tem alcançado mais espaço devido à globalização, o que dificulta a valorização das culturas locais ante a ameaça da padronização cultural no Brasil, uma vez que o povo passa a se comportar de maneira homogênea conforme sofre os impactos do consumo uniformizado, bem como não entende o valor da própria cultura.
A princípio, nota-se que o distanciamento dos costumes de uma população vai ao encontro da lógica de compra centralizada. Sob tal ótica, os pensadores Adorno e Horkheimer denunciavam a Indústria Cultural como um meio que mercantiliza os interesses das classes dominantes, possuindo padrões que se repetem com a intenção de perpetuá-los socialmente e conquistarem a adesão em massa. Desse modo, o consumismo uniforme reflete em um fenômeno coletivo que leva as pessoas a reproduzirem o comportamento das demais, estimulado pelo sistema capitalista que dita o produto a ser obtido e, por conseguinte, molda um indivíduo que não possui vontade própria ou sequer personalidade.
Ademais, para não se submeter a tal filtro, o cidadão deve manter os laços que o ligam à sua comunidade. Nesse sentido, a produção audiovisual da Netflix, “Cidade Invisível”, ganhou visibilidade ao resgatar a memória coletiva acerca da mitologia folclórica brasileira presente no identitário nacional desde sua origem. À vista disso, fica evidente que a representação cultural reforça a essência local de forma a preterir a condição de subserviência do passado e, principalmente, enfraquecer o “complexo de vira-lata” – termo atribuído pelo jornalista Nelson Rodrigues para definir o sentimento de inferioridade do brasileiro em relação ao estrangeiro -, o qual construiu uma sociedade que pouco valoriza sua história.
Portanto, medidas são necessárias para superar a ameaça da padronização cultural e preservar as culturas locais. Destarte, o Ministério da Educação deve criar um projeto, por meio de uma disciplina de cultura nacional, que aborde obras brasileiras e amplie o conhecimento sobre a construção cultural, a saber: reprodução de filmes locais, estudo com livros escritos por autores natais e artistas da música popular brasileira, a fim de formar um povo mais orgulhoso de sua terra. Outrossim, cabe à grande mídia formular campanhas nas redes sociais alertando os internautas quanto à padronização dos costumes e a importância da diversidade. Assim, nenhuma identidade há de ser considerada bárbara.
A valorização das culturas locais ante a ameaça da padronização cultural no Brasil
Compartilhar
Ana22
Olá como vai?
Sua redação está excelente! Todos os parágrafos foram muito bem escritos de maneira exemplar, seguindo o modelo de uma redação dissertativa! A parte que mais gostei foi a conclusão! Merece uma nota alta, acima de 900 pontos! Continue escrevendo! Desejo muito sucesso para você!
giulia29
Olha, você escreveu muito bem, nem tenho o que dizer. Não encontrei erros de gramática ou vocabulário, o repertório está incrível e você encaixou certinho os argumentos em cada parágrafo. Acredito que tiraria mil, ou pelo menos 980. Vou copiar seus argumentos quando for escrever kkkkk parabéns. Continue praticando e escrevendo pelo menos uma vez na semana, e conseguirá o mil sem sombra de dúvida.
lari.medeiros17
Olá Harmon tudo bem?
Pra começar, eu sinceramente te daria mil, mas sendo realistas e condizentes com o Enem, muito provavelmente você tiraria entre 960 e 980 ( o que já é muito bom), devido ao fato de que apenas redações impecáveis, sem um mísero erro, conseguem este feito.
Quanto a outros comentários, tua introdução apresenta repertório, tese e conclusão. Tua argumentação é consistente e apresenta indícios de autoria, e a conclusão tá perfeita.
Se vc continuar assim, muito provavelmente vc vai arrasar no Enem, podendo até mesmo conseguir o 1000 no dia. Até lá, continue praticando!
abraços!
gabriel.augz
Você escreve muito bem, parabéns. Dá para ver que você domina muito bem a escrita. Não consegui encontrar nenhum erro, só senti a falta do “a” nessa parte: “compuseram A nova constituição da sociedade moderna…”.
Seu repertório e ligação com a proposta de intervenção está muito bom também.
Sobre a gramática, não posso dar certeza sobre algumas crases, então não vou dizer que está errado.
Na minha opinião, sua redação conseguiria chegar à nota mil. 900 para cima é certeza. Parabéns, continue assim!
VitoriaMolina
“Cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra”. Com essa frase, o filósofo Montaigne ilustra o processo de Colonização, o qual suprimiu a identidade dos povos dominados, apagando sua cultura à medida que os valores eurocêntricos compuseram uma nova constituição da sociedade moderna. Nessa perspectiva, a visão ocidental tem alcançado mais espaço devido à globalização, o que dificulta a valorização das culturas locais ante a ameaça da padronização cultural no Brasil, uma vez que o povo passa a se comportar de maneira homogênea conforme sofre os impactos do consumo uniformizado, bem como não entende o valor da própria cultura.
A princípio, nota-se que o distanciamento dos costumes de uma população vai ao encontro da lógica de compra centralizada. Sob tal ótica, os pensadores Adorno e Horkheimer denunciavam a Indústria Cultural como um meio que mercantiliza os interesses das classes dominantes, possuindo padrões que se repetem com a intenção de perpetuá-los socialmente e conquistarem a adesão em massa. Desse modo, o consumismo uniforme reflete em um fenômeno coletivo que leva as pessoas a reproduzirem o comportamento das demais, estimulado pelo sistema capitalista que dita o produto a ser obtido e, por consequência, molda um indivíduo que não possui vontade própria ou sequer personalidade.
Ademais, para não se submeter a tal filtro, o cidadão deve manter os laços que o ligam à sua comunidade. Nesse sentido, a produção audiovisual da Netflix, “Cidade Invisível”, ganhou visibilidade ao resgatar a memória coletiva acerca da mitologia folclórica brasileira presente no identitário nacional desde sua origem. À vista disso, fica evidente que a representação cultural reforça a essência local de forma a preterir a condição de subserviência do passado e, principalmente, enfraquecer o “complexo de vira-lata” – termo atribuído pelo jornalista Nelson Rodrigues para definir o sentimento de inferioridade do brasileiro em relação ao estrangeiro -, o qual construiu uma sociedade que pouco valoriza sua história.
Portanto, medidas são necessárias para superar a ameaça da padronização cultural e preservar as culturas locais. Destarte, o Ministério da Educação deve criar um projeto, por meio de uma disciplina de cultura nacional, que aborde obras brasileiras e amplie o conhecimento sobre a construção cultural, a saber: reprodução de filmes locais, estudo com livros escritos por autores natais e artistas da música popular brasileira, a fim de formar um povo mais orgulhoso de sua terra. Outrossim, cabe à grande mídia formular campanhas nas redes sociais alertando os internautas quanto à padronização dos costumes e a importância da diversidade. Assim, nenhuma identidade há de ser considerada bárbara.