A falta de empatia nas relações sociais no Brasil

No livro “O poder da empatia: A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo” o filósofo Roman Krznaric cita que ter empatia é “achar a humanidade compartilhada”, relacionando a frase ao contexto atual do Brasil é notório a falta da mesma nas relações sociais em diversos contextos. Visto isso, é possível afirmar que a falta de empatia causa consequências graves, se tornando um problema de alta relevância, fazendo-se necessário realizar uma análise neste cenário.

Primeiramente, vale ressaltar o mais recente caso que polemizou a falta de empatia entre as pessoas, que ocorreu no programa Big Brother Brasil, onde alguns participantes agiram de má fé com outro participante, Lucas Penteado, nas mais diversas situações, e o banalizaram principalmente após um beijo entre ele e o participante Gilberto, Lucas não era assumido como bissexual até o momento, o que para ele foi muito difícil e importante, porém alguns dos seus colegas de confinamento diminuíram sua causa e o agrediram verbalmente, sem se colocar em nenhum momento no lugar dele e nem tentar entender sua situação, o participante não aguentou e pediu sua eliminação do reality. O programa está sendo um retrato de como está em falta a empatia nas relações brasileiras, causando exclusão, opressão e  disseminando discursos de ódio.

Por consequência, o ato de não se colocar no lugar do outro, repudiar ideais que não condizem com o seu e/ou expor pensamentos de forma agressiva sem pensar em como afetará o outro, como já mencionado gera opressão e ódio, que eventualmente causam problemas como ansiedade, depressão e em muitos casos suicídio. As relações interpessoais na atualidade sofrem muito pela falta de empatia, pois as pessoas são rasas em seus sentimentos e priorizam a “razão” acima da emoção, querem a todo custo estar acima do outro, seja pelos princípios, pela classe social, pela cultura em que se encontra e todos os pontos em que ajam diferenças. Diálogos simples que poderiam facilmente ser resolvidos acabam virando conflitos em que uma parte sempre sai lesionada, oprimida e prejudicada psicologicamente.

Portanto, é nítido que a empatia é primordial para que existam relações sociais saudáveis e harmoniosas. Cabe inicialmente a família ensinar as crianças a importância de se colocar no lugar do outro e entender que as diferenças existem e podem conviver juntas, trabalho este que deve ter continuação nas escolas, que por meio da educação devem  introduzir palestras e projetos para discussão de temas e tabus, tanto entre os discentes e docentes como com os pais, já que muitas vezes a ideologia dos jovens vem desde sua casa. Sob o mesmo ponto de vista é de competência do governo elaborar campanhas com a temática para conscientizar  o maior numero possível de pessoas. Com essas medidas, será possível uma diminuição nos números de casos gerados pela falta de empatia e a convivência entre as pessoas será melhor.