Tema: A importância da literacia familiar em debate no Brasil

De acordo com o Artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. Contudo, no Brasil, o direito à educação tem encontrado dificuldades quanto a sua universalização, visto que essa prerrogativa não tem se consolidado com ênfase na prática quando se observa as dificuldades da literacia familiar. Dessa forma, pode-se perceber que não só está presente a negligência governamental, como também é vigente a falta de incentivos dos pais quanto a leitura.

Antes de tudo, é válido ressaltar a notória ausência de medidas governamentais para combater as dificuldades da literacia familiar. Nesse sentido, pode-se observar essa adversidade na falta de incentivos à leitura no âmbito escolar, o que está presente majoritariamente nas escolas públicas, acatando as desigualdades sociais. Nessa lógica, essa falta de incentivos nas escolas faz com que a criança não crie o hábito da leitura também no ambiente familiar. Essa problemática, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke, se configura como uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a educação, o que infelizmente é evidente no país.

Ademais, é fundamental apontar a falta de incentivos à leitura por parte dos pais, como impulsionador das dificuldades da literacia familiar. Segundo o ex-líder sul africano Nelson Mandela: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Desse modo, a educação não é dever apenas dos professores, mas também é responsabilidade dos pais educar os filhos em casa. Destarte, a literacia familiar, de fato, é uma das educações mais essenciais à criança, porém a falta de conhecimento sobre seus benefícios e suas formas de aplicação, a torna menos abrangente nas famílias brasileiras. Assim, é inaceitável que o cenário dos problemas mencionados continue a persistir.

Portanto, é necessário combater esses obstáculos. Para isso, é mister que o Ministério da Educação, por meio de adoção de leis rígidas e propagandas institucionais, torne obrigatório a literacia escolar em todos os níveis educacionais – o que acabará incentivando a literacia familiar – e influencie professores e pais a tornarem a leitura um hábito dentro de casa, a fim de dar educação a todos e melhorar o desenvolvimento infantil. Assim, se consolidará uma sociedade mais justa, onde o Estado desempenha corretamente seu “contrato social”, tal como afirma John Locke.