Caminhos para combater o tabagismo na sociedade brasileira

Segundo pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo mata mais 8 milhões de pessoas por ano no mundo, sendo 7 milhões resultadas pelo uso do produto e 1,2 milhões pela exposição. Deste modo, observa-se em como o uso do tabaco prejudica, consideravelmente, a saúde de milhares de cidadãos pelo mundo, levando em muitos casos a óbito. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro, como propagandas enganosas vinculadas ao uso do tabaco e sua forma de aliviar o estresse.

Em primeira análise, torna-se evidente a influência da publicidade do tabaco sob os jovens, já que o ato de fumar é visto como sinônimo de liberdade e independência. Nesse sentido, analisamos o famoso preceito “Carpe Diem” que significa aproveitar o dia, viver o momento com grande intensidade, ou seja, viver plenamente em todos os sentidos. Esse tema usado no Arcadismo, movimento literário que ocorreu no século XVIII, representa a convicção de vida de muitos jovens e adolescentes, regidos pelo senso de rebeldia e gosto pela aventura, aumentando a curiosidade e o prazer pela experimentação e, consequentemente, estimulando a vontade de provar e gostar do que é proibido. Logo, impulsionando esta problemática que é o uso de drogas com nicotina antes da maioridade e tornando-o um vício que acarretará em problemas de saúde futuramente, além de ressaltar a importância da vigilância e proteção que os jovens devem receber para não cair nas falsas propagandas e promessas que envolvem o tabagismo.

Ademais, é cabível pontuar que o estresse é um dos principais impulsionadores para o uso do tabaco, atingindo, principalmente, os adultos. Esse fenômeno de defesa natural, é uma resposta física do nosso organismo a um estímulo quando o corpo pensa que está sob ataque e muda para o modo “lutar ou fugir”, liberando uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas como adrenalina, cortisol e norepinefrina para preparar o corpo para a ação física. O fato em questão, é o precípuo causador do tabagismo em adultos, sendo muitas vezes visto como uma forma de fuga para as frustrações do cotidiano. No entanto, contrariando a ideia popular de que fumar tem um efeito relaxante e que a falta de nicotina produz estresse, a exposição a essa droga viciante pode produzir o efeito reverso. Conforme um estudo feito em ratos pelo Centro Nacional para a Pesquisa Científica da França (CNRS), fumar pode aumentar a sensibilidade ao estresse e que a exposição ao tabaco pode amplifica-lo. Dessa forma, é inadmissível que esse cenário calamitoso continue a perdurar e colocar a vida da população brasileira em risco.

Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Saúde, por meio de campanhas e propagandas, conscientize a população brasileira dos diversos fatores que levam os adolescentes, jovens e adultos a experimentar e fazer uso do tabaco, além de dar total apoio para reverter esse processo, a fim de prevenir o vício e maiores complicações de saúde. Paralelamente, é imperativo que haja fiscalização, por intermédio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da venda de cigarros em bares ou estabelecimentos para que jovens que não atingiram sua maioridade não façam o uso e nem tenham acesso a essa droga. Assim, consolidando uma sociedade saudável e livre dos vícios ligados as substâncias com nicotina.