A Persistência do Preconceito

      O filme “Histórias Cruzadas” retrata o estilo de vida de empregadas domésticas negras, que sofriam discriminação de forma explícita. O preconceito, de modo geral, está enraizado na sociedade brasileira, seja pela falta de conhecimento sobre diversos assuntos, seja pelo fato de que desde o início já existia uma hierarquia de classes e raças.

        Em 2018, foram registrados 12098 crimes de ódio, média de 33 ocorrências por dia. Isso mostra o quanto as pessoas estão “normalizando” a hostilidade e violência oriunda do preconceito. Apesar do racismo liderar o ranking de quantidade de casos, a intolerância religiosa, homofobia e o machismo também registra números absurdos no Brasil, o que nos leva a considerar as consequências da falta de uma educação de qualidade e a importância de quebrar certos “tabus” atualmente.

       Além disso, deve-se levar em consideração as raízes da nossa sociedade. Mais de três séculos de escravidão e teorias racialistas que fizeram parte da construção da identidade nacional. No século XIII surgiu o primeiro código penal contra a homossexualidade, quando a sodomia era punida com morte. Em Roma, as mulheres nunca foram consideradas cidadãs, eram proibidas de aparecer em público sozinhas e não recebiam educação formal.

      Ainda que os avanços contra o preconceito sejam visíveis, é necessário engendrar outras medidas. Além de execução e melhoria das leis em vigor, é necessário o investimento do Ministério da Educação no ensino fundamental e médio público, o qual é composto, em sua maior parte, pelas “minorias”. A educação ainda é a melhor solução para tudo.