Automedicação na sociedade brasileira

Por favor, corrijam dando notas às competências de acordo com o modelo do ENEM. Eu corrijo de volta, só pedir.

As descobertas tecnológicas realizadas no período da Guerra Fria propiciaram mudanças comportamentais e ideológicas na sociedade como um todo devido a introdução de artefatos recém-descobertos, que logo se tornaram indispensáveis, em sua vivência – a internet, os computadores e uma variedade de remédios. Nesse contexto, juntamente ao atual problema de um sistema de saúde público deficitário, a facilidade com que se tem acesso a medicamentos nos dias de hoje e a falta de fiscalização neste setor caracterizaram-se como fatores catalisadores da disseminação da cultura da automedicação no Brasil.

Precipuamente, atenta-se ao triste cenário da saúde pública no país. Consoante a teoria contratualista hobbesiana, é incumbência própria do Estado assegurar o bem-estar físico, moral e mental de seus cidadãos. Contudo, na conjuntura hodierna brasileira, é comum encontrar deficiências no sistema de saúde ofertado: hospitais lotados, falta de equipamento, demora excessiva para se obter atendimento. Isso posto, entende-se que, ao não receber o suporte necessário do governo, o indivíduo é obrigado a tratar suas enfermidades sem orientação médica e se medica por conta própria, o que prolifera a questão problemática da automedicação e pode ainda acarretar ainda mais doenças. Assim, é possível responsabilizar os órgãos de saúde pelo terrível problema.

Paralelamente, é pertinente apontar a defasagem na fiscalização desse âmbito. Embora haja, atualmente, regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estudos indicam que aproximadamente 35% dos medicamentos vendidos no ano de 2019 – inclusive vendas pelos veículos de internet, que têm crescido em progressão acelerada – não tinham a receita médica necessária; à vista disso, foi possível relacionar as inúmeras intoxicações por fármacos ocorridas no mesmo ano ao uso inadequado dessas substâncias. Sob esta óptica, compreende-se que a autorremediação, que incialmente era uma solução, apenas ampliou o problema. Dessa forma, é necessária uma intervenção nesse eixo o mais rápido possível.

Portanto, urge que os entraves ocasionados em virtude da medicação inadequada no Brasil sejam rapidamente mitigados. É mister que políticas públicas sejam criadas e postas em ação, por meio da atuação do Ministério da Saúde, e tenham como objetivo regulamentar a venda de medicamentos em farmácias, tanto física como virtuais, através de um processo burocrático que evite a venda sem receita médica. Ainda, é importante investir monetariamente na saúde pública e difundir a ineficácia do “Doutor Google”, alertando os cidadãos a procurar ajuda profissional e não levar em consideração apenas as informações encontradas na internet. Em suma, os avanços tecnológicos alcançados serão usados da maneira correta.